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Crédito: ASA?Coofaspi
A campanha Tenho Sede, realizada pela Articulação do Semiárido (ASA) com participação especial de Gilberto Gil, começou a gerar resultados e mais 20 famílias do Semiárido brasileiro estão perto de terem acesso à água adequada ao consumo humano. As propriedades dessas famílias agricultoras serão contempladas com as primeiras cisternas de 16 mil litros viabilizadas com recursos da campanha lançada em setembro de 2021. “Agora é só alegria! É água limpa para acabar com as dificuldades para cozinhar, para o banho, para fazer hortaliças, para crescer a plantação”, comemorou a agricultora Creusa Santana, da comunidade Fazenda Várzea, no município de Jacobina, sertão baiano.
A rotina de Creusa e do seu marido Nilton vai mudar, pois a cisterna ajuda a poupar tempo e esforço físico, pois o tempo usado para buscar água em poços ou barreiros longe de casa passa a ser investidos na produção alimentar e no convívio familiar. A cisterna, portanto, minimiza estatísticas como as reveladas pela pesquisa VigiSAN, que constatou que a presença da fome dobrou nos lares sem acesso à água, saindo de quase 23% para quase 46%. A agricultora pernambucana e porta-voz da Campanha Tenho Sede, Josefa Querino, conquistou uma cisterna em 2003 e confirma os benefícios na produção alimentar. “Quando chove é muito bom porque, além da água da cisterna, nós vamos plantar um pé de coentro, uma fava, um jerimum. Dali, a gente tira para o consumo”, explica.
Os critérios para a escolha das famílias foram os mesmos adotados pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), que levam em conta a condição de vulnerabilidade social e econômica da família. Neste perfil se enquadram condições como morar na zona rural, não ter acesso à água encanada, estar em condição de extrema pobreza, ser uma família chefiada por mulher, por exemplo. À medida em que preenche a maior quantidade de critérios, a família ganha prioridade na seleção. Esta avaliação é feita em meio às reuniões das Comissões Municipais da ASA, com base nos dados sociais das famílias.
Outro requisito que compõe a implementação da cisterna é a formação em gestão dos recursos hídricos. As capacitações tratam da importância da água como recurso finito, que necessita de uma boa gestão para otimizar o uso e evitar o desperdício. Este conhecimento auxilia no manejo racional da água para que a cisterna seja suficiente para suprir necessidades da família como saciar a sede e cozinhar da família, ao longo de oito meses.
Desde o golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff, o número de famílias que comemoram a chegada da cisterna está diminuindo a cada ano. Em 2021, o Programa Cisternas, principal política de acesso à água para as famílias rurais do Semiárido, atingiu o número mais baixo de implementações, apenas 4,3 mil cisternas ou outras tecnologias, executando um orçamento de exatos R$ 29.050.462,15, segundo cálculos da ASA. A demanda da região é de mais 1 milhão de cisternas. O cenário revela o longo caminho que a Campanha Tenho Sede tem a percorrer. Para ampliar o acesso das famílias às cisternas, é importante garantir doações regulares, que garantem os custos da campanha e os valores a serem investidos na obra.
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