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Cinema São Luiz exibe documentário premiado sobre família do Ibura

Jeniffer Oliveira / 07/11/2024
A imagem mostra um ambiente de construção simples, com paredes de tijolos expostos sem reboco. Em primeiro plano, duas pessoas estão de costas para a câmera. A pessoa à direita é um homem negro, de cabeça raspada, que parece estar concentrado em um trabalho na parede. Ele segura um fio amarelo que atravessa a parede em diagonal, enquanto parece manusear uma tomada ou interruptor. A outra pessoa, à esquerda, é uma mulher, também de costas, vestindo uma camiseta rosa e um shorts com estampa. No canto superior direito, há um anel de luz em um tripé, iluminando a cena de forma suave, contrastando com a penumbra ao redor. A cena sugere um trabalho de instalação elétrica em andamento, em um ambiente residencial ou de construção.

Crédito: Divulgação

O documentário Tijolo por Tijolo estreia nesta sexta-feira (08), às 17h, durante a programação do XV Janela Internacional de Cinema do Recife, no Cinema São Luiz. Dirigido por Victória Álvares e Quentin Delaroche, o filme acompanha a história de Cris Martins e sua família, que vivem no Ibura, periferia do Recife, em meio a pandemia da covid-19.

A sessão vai ser seguida de um debate com a equipe do filme e parte do elenco. Para muitos moradores do Ibura convidados para a exibição – equipe vai disponibilizar dois ônibus para levá-los do Ibura até a rua da Aurora – será a primeira experiência em uma sala de cinema.

A história se passa no início da pandemia de covid-19, no momento em que a família foi forçada a abandonar sua casa devido ao risco de desabamento. Grávida do quarto filho e lutando por uma laqueadura, Cris trabalha como influenciadora digital enquanto a família reconstrói a moradia. O filme propõe uma discussão sobre questões políticas e sociais importantes, como a desigualdade no acesso aos direitos sexuais e reprodutivos, o direito à moradia e a vulnerabilidade de pessoas negras em tragédias e crimes ambientais.

“Para a gente é muito significativo que o filme tenha sido feito em um contexto político tão difícil, e que ele esteja sendo lançado agora, quando voltamos ter um Ministério da Cultura, há a Lei Paulo Gustavo, e é graças a essa lei que a gente conseguiu acessar recursos para finalizar esse projeto. Esse filme existe graças ao dinheiro público”, explica Victória Álvares, que dirigiu seu segundo longa metragem ao lado de Quentin Delaroche.

O filme fez parte da seleção do 13º Olhar de Cinema de Curitiba, onde recebeu os prêmios de Melhor Direção, Melhor Montagem e o Prêmio da Crítica Abraccine. A obra é produzida pela Revoada Filmes, e chegará aos cinemas em 2025.

O cartaz do filme Tijolo por Tijolo traz uma mulher negra ao centro, vestida de amarelo e com uma auréola, simbolizando uma figura poderosa. Ela segura um celular e está cercada por tijolos e outras cinco pessoas: uma mulher mais velha, um homem com uma pá e três crianças agachadas, uma delas segurando uma colher de pedreiro. O fundo é amarelo, com o título TIJOLO POR TIJOLO em rosa. Acima, está o selo do festival Olhar de Cinema, de 2024.
Crédito: Divulgação
AUTOR
Foto Jeniffer Oliveira
Jeniffer Oliveira

Jornalista formada pelo Centro Universitário Aeso Barros Melo – UNIAESO. Contato: jeniffer@marcozero.org.