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Ato da Aliança Palestina Recife pelo fim do conflito na Faixa de Gaza será no Parque 13 de Maio

Giovanna Carneiro / 18/10/2023
três mulheres jovens, fotografadas do pescoço pra cima, com os rostos cobertos pelo lenço tradicional palestino, branco com estampas em forma de rede na cor preta.

Crédito: Instagram/@aliancapalestinarecife

Nesta terça-feira, 17 de outubro, o mundo testemunhou o bombardeio do hospital Batista Al Ahli Arab, que atendia centenas de pacientes e civis desalojados devido à guerra entre Israel e o Hamas. De acordo com autoridades de Saúde do território de Gaza, pelo menos 500 pessoas foram mortas. Tanto o Hamas quanto o governo israelense negam a autoria do ataque ao hospital, cujo impacto deverá alimentar o “Ato em solidariedade à Palestina”, que será realizado na próxima quinta-feira, 19 de outubro, às 17h, no Parque Treze de Maio, no centro do Recife.

A manifestação foi convocada pela Aliança Palestina Recife, movimento formado em 2014, ano em que também houve um acirramento da violência na Faixa de Gaza. A organização tem como objetivo condenar as violações de direitos humanos promovidas por Israel nos territórios ocupados da Palestina através da realização de eventos que promovam a cultura e a história da Palestina, manifestações e diálogo com a comunidade acadêmica e demais setores da sociedade civil.

Filho da diáspora e descendente de palestinos, André Frej é integrante da comunidade Palestina-Recife e fala sobre a importância da participação ativa dos brasileiros na mobilização pelo fim do conflito em Gaza: “O objetivo do ato é mobilizar a sociedade, a opinião pública internacional para exercer pressão sobre os governos, sobre os países, sobre a ONU, sobre a comunidade internacional, para que cesse imediatamente esse verdadeiro massacre que está ocorrendo nestes últimos dias em Gaza. E agora mais do que nunca é urgente, estamos extremamente abalados com a notícia do bombardeamento do Hospital Batista Al Ahli, em Gaza”.

“A nossa maior motivação é proteger a população que vive em Gaza e o povo palestino da carnificina que está em curso, a gente não tem outras palavras para utilizar. Já são setenta e seis anos de limpeza étnica, setenta e seis anos de apartheid, em que o Estado de Israel promove o terrorismo e massacra a população civil palestina, que insiste em resistir, em existir. Por isso, a gente espera do governo brasileiro uma resposta mais efetiva, uma posição mais contundente, mais enfática em condenar os atos terroristas praticados pelo Estado de Israel”, concluiu Frej.

A convocação do ato recebeu o apoio de diversas entidades que atuam em defesa dos Direitos Humanos, entre elas: S0S Corpo Instituto Feminista pela Democracia; Centro Cultural Palestino Brasileiro em Pernambuco; Comitê Memória, Verdade e Justiça para a Democracia; Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL); Fórum de Mulheres de Pernambuco; Instituto Brasil Palestina (IBRASPAL) e Mãos Solidárias Sem Fronteiras (MSF).

A Aliança está pedindo aos integrantes da comunidade que usem o lenço tradicional palestino, o kuffyeh, na manifestação, além de bandeiras da Palestina, que devem ser levadas pelos representantes das organizações.

Para André Frej, o bombardeio ao hospital na Faixa de Gaza deve influenciar na adesão da sociedade ao ato que será realizado na quinta-feira: “nós defendemos uma solução pacífica para a situação da Palestina. Nós queremos uma paz justa, uma paz justa que contemple a criação dos dois Estados [Israel e Palestina] e uma paz onde os dois Estados convivam harmoniosamente”.

A crise humanitária instaurada pela nova fase de um conflito que já dura 75 anos e, desde os atentados do grupo extremista Hamas contra civis israelenses já resultou na morte de mais de 4.070 mil pessoas, tem mobilizado a sociedade civil e a opinião pública brasileiras. Ao longo dos últimos dias, manifestações estão sendo realizadas em diversos estados do Brasil para prestar apoio aos civis que são vítimas da guerra e também para fazer coro a um pedido de cessar-fogo na Faixa de Gaza.

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AUTOR
Foto Giovanna Carneiro
Giovanna Carneiro

Jornalista e mestranda no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco.