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Aparecida de Goiânia (GO), Apucarana (PR), Bauru (SP), Carpina (PE), Olinda (PE), Ribeirão Preto (SP), São Bernardo do Campo (SP), Santo André (SP) e Vitória do Santo Antão (PE). O que parece ser uma lista aleatória de municípios brasileiros revela, na verdade, uma das estratégias colocadas em andamento pela extrema-direita para garantir palanque e claque para o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua tentativa de sair impune da tentativa de golpe de Estado.
Desde que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou a denúncia contra o ex-presidente, as câmaras de vereadores de todos esses municípios aprovaram títulos de cidadão honorário para Bolsonaro ou para sua esposa, Michelle. Em duas capitais, São Paulo (SP) e Natal (RN), há projetos da mesma natureza em tramitação.
Nesta quarta-feira, em Olinda, os 14 vereadores da base de apoio à prefeita Mirella Almeida (PSD) votaram a favor do título para Bolsonaro. Só a petista Eugênia Lima (PT) votou contra, enquanto outros dois parlamentares estavam ausentes.
Durante a sessão em que o título de cidadão olindense foi aprovado, dezenas de pessoas protestaram nas galerias e diante da Câmara. A presença dos manifestantes refletiu o resultado das urnas na eleição presidencial de 2022, quando presidente Luiz Inácio Lula obteve 58,8% dos votos no segundo turno da eleição presidencial.
“É lamentável ver que, mesmo após a denúncia da Procuradoria-Geral da República por tentativa de golpe de Estado e por fazer parte de um esquema que tentou assassinar o atual presidente, o vice presidente e um ministro do STF, há uma mobilização coordenada para transformar Bolsonaro em cidadão honorário em diversas cidades. Isso não é homenagem, é palanque. Esses títulos são usados como ferramenta política para manter viva uma figura que afrontou a democracia brasileira. Está em curso uma construção de uma rede de sustentação para alguém que está respondendo à Justiça porcrimesgraves”, desabafou a vereadora Eugênia.
Em Natal, a tramitação do título foi interrompida na sessão plenária desta quinta-feira, pois o autor do projeto preferiu retirar o projeto da pauta de votação ao perceber que a proposta seria rejeitada em plenário. Na véspera, havia sido aprovado com facilidade na comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal. Em São Paulo, a proposta apresentada por uma vereadora do PL está tramitando lentamente.
Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.