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Cooperativa eliminou atravessadores e tornou o artesanato viável economicamente
Nova Russas (CE) – Andando pelas ruas da comunidade de Irapuá, em Nova Russas, não é difícil encontrar uma mulher no terraço de casa ou na calçada fazendo crochê. Até nas reuniões da associação da comunidade, as mulheres ficam com as mãos ocupadas, fazendo vestidos, blusas, decorações para as casas.
Mas nem sempre valeu a pena financeiramente para as mulheres de Irapuá fazer crochê. O que faziam era vendido por um valor muito baixo para ser revendido em outras cidades. A situação só mudou quando elas decidiram se unir e criar o grupo do crochê dentro da associação local. No ano passado, deram um passo a mais: a Moarti, sigla da Associação das Agricultoras e Artesãs de Irapuã.
Uma associação com sede própria em Irapuá, onde elas se reúnem e vendem as peças que produzem. “Hoje, colocamos um preço justo e condizente com a qualidade das nossas peças. Metade do valor do que é vendido investimos em linha e para pagar os custos da associação. A outra metade é da artesã”, conta Lídia Antônia Carvalho, presidente da Moarti.
No semiárido do Ceará, as 15 mulheres que fazem hoje parte da Moarti reinventaram a forma de vender o tempo e o artesanato delas. Conquistaram não só uma renda extra, mas também uma união maior entre as mulheres da comunidade.
Jornalista pela UFPE. Fez carreira no Diario de Pernambuco, onde foi de estagiária a editora do site, com passagem pelo caderno de cultura. Contribuiu para veículos como Correio Braziliense, O Globo e Revista Continente. Contato: carolsantos@marcozero.org