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Crime ambiental em Carneiros: perguntas ainda sem respostas

Raíssa Ebrahim / 12/06/2024
A foto retrata uma cena ao ar livre com uma pessoa agachada perto de uma poça d’água em uma superfície arenosa. Ao fundo, há vários quiosques coloridos e palmeiras, sugerindo um local tropical. Um veículo todo-terreno vermelho está estacionado à direita do quadro. O céu está nublado, e o ambiente geral sugere uma área à beira-mar que não está atualmente movimentada.

Crédito: Adesc

Mais de dois meses depois, o crime ambiental na Praia dos Carneiros, um dos principais cartões-postais de Pernambuco, no litoral sul, ainda está sem algumas respostas. O condomínio de luxo Eco Resort foi autuado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) em R$ 50 mil, no início de abril, por lançamento irregular de efluentes ao mar com presença de coliformes fecais dez vezes acima do permitido.

Inicialmente, nos comunicados à imprensa, o órgão disse que se tratava de esgoto. Após o resultado de análises laboratoriais, mudou a informação: não era esgoto, era esterco. Esse e outros tipos de substratos seriam utilizados para manutenção dos jardins do empreendimento.

A CPRH, no entanto, ainda não sabe dizer se houve irregularidades na execução da obra do Eco Resort em relação ao projeto aprovado e licenciado pela própria agência. Os projetos, disse o órgão, ainda estão sendo analisados.

A multa foi aplicada pela CPRH. No entanto, o Eco Resort entrou com uma defesa administrativa e por isso o valor não foi pago. A análise processual também não foi concluída ainda. A agência afirmou que só depois irá se manifestar sobre o assunto. Alguns dias depois do vazamento do esterco, o órgão deu 15 dias para que o condomínio se explicasse e o que faria para que o problema não se repetisse. Mas os prazos foram sendo estendidos e o caso até agora não foi fechado.

AUTOR
Foto Raíssa Ebrahim
Raíssa Ebrahim

Vencedora do Prêmio Cristina Tavares com a cobertura do vazamento do petróleo, é jornalista profissional há 12 anos, com foco nos temas de economia, direitos humanos e questões socioambientais. Formada pela UFPE, foi trainee no Estadão, repórter no Jornal do Commercio e editora do PorAqui (startup de jornalismo hiperlocal do Porto Digital). Também foi fellowship da Thomson Reuters Foundation e bolsista do Instituto ClimaInfo. Já colaborou com Agência Pública, Le Monde Diplomatique Brasil, Gênero e Número e Trovão Mídia (podcast). Vamos conversar? raissa.ebrahim@gmail.com