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Defesa da liberdade de Lula reúne manifestantes em ato político cultural no Recife

Marco Zero Conteúdo / 08/04/2019

Débora Britto e Mariama Correia

Militantes, políticos, artistas e integrantes de movimentos sociais enfrentaram o domingo chuvoso na capital pernambucana para defender a liberdade de Lula. A Jornada Lula Livre, no bairro do Recife Antigo, integrou uma série de atos que marcou um ano da prisão do ex-presidente, completado no domingo (7), em várias cidades brasileiras.

Maracatus, grupos musicais e batucadas fizeram apresentações que começaram por volta das 15h. No Recife, o ato contou com boneco gigante de Lula e encontro de blocos, como o “Eu acho é pouco”, que trouxe seu dragão para o evento. No palco montado na Praça do Arsenal, grupos populares e artistas locais, como a cantora Flaira Ferro e o cantor Fred Zero Quatro, se apresentaram. Representantes de movimentos sociais e políticos também fizeram falas de apoio à libertação de Lula.
O apoio ao ex-presidente foi expresso pelos participantes da jornada em faixas, cartazes e bandeiras, e declarado várias vezes no grito uníssono de “Lula Livre”. Acompanhado por amigos, o ator Rafael Anaroli observava as apresentações de grupos musicais no palco. Ele disse que fez questão de participar da programação. “Precisamos estar juntos para mostrar a nossa força porque a prisão de Lula também foi um ato contra a força do povo, sobretudo dos pernambucanos e dos nordestinos”.
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Lideranças do PT, PCdoB e PSOL revezaram falas

O legado de Lula também foi lembrado por diversas falas políticas e de manifestantes. Deputado estadual pelo PCdoB, João Paulo lembrou que “Lula é um símbolo de resistência, diante do processo de degradação dos direitos sociais que está em curso no país”. A deputada estadual Teresa Leitão (PT) pontuou que foi por conta da prisão de Lula que a eleição de Bolsonaro se tornou possível. “Ele foi eleito para tirar direitos dos trabalhadores. Quiseram tirar Lula da disputa da presidência porque, caso contrário, ele hoje seria presidente de novo”, afirmou. Ela aproveitou para lembrar que o evento não se tratava de uma festa e sim de um ato de resistência e de solidariedade. “Convocamos todas para lutar todos os dias até que Lula esteja livre”, disse.

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Muitas faixas e camisas denunciavam a Reforma da Previdência como o perigo iminente. Mas ali, a apenas alguns metros do ato, o Brasil que o ex-presidente Lula lutou para acabar se mostrava sem pudor: uma família – homem, mulher e criança – tomavam banho com água retirada de um poço no meio da Praça do Arsenal. Entre diversas falas, a denúncia da volta da miséria também se fez presente.
Defender a liberdade de Lula é defender a democracia, na avaliação do psicólogo Cledson Reis. “A condenação do ex-presidente, do modo como o processo foi conduzido, representou uma ameaça à soberania nacional e à democracia”, opinou. “Lula é um preso político”, frisou a pedagoga Karina Araújo.

Apoio popular

As condições da prisão do ex-presidente e a condução do processo jurídico também foram criticadas pelos manifestantes. “Não há provas contra ele”, reafirmou Karina Araújo. Para Káttia Souza, que foi com parte da família para o ato, a intenção de prender Lula traz também o sentido de aprisionar o projeto de futuro que ele representa para o Brasil.  “Nós sabemos que o processo é todo baseado em mentiras. É prisão injusta, ilegal e sabiam que estavam prendendo o futuro que Lula queria dar ao Brasil”, argumentou. “Acho que a gente como povo tem que lutar. Se não formos para a rua, não vai ter nenhuma pressão sobre os poderosos, e é isso que eles querem. Lula está preso e está resistindo e nós não temos o direito de não acreditar na soltura dele”, defendeu Káttia.
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Maracatu Cambinda Estrela fez apresentação no ato por Lula livre

As apresentações culturais revezaram com as falas políticas, mas deixaram também seus recados. O tradicional maracatu Cambinda Estrela, no bairro Chão de Estrelas, na periferia do Recife, levou sua formação para as ruas para lembrar a contribuição de Lula e do Partido dos Trabalhadores para a cultura. Adriano Santos, mestre do batuque do grupo, afirmou que o momento atual pede fortalecimento dos movimentos e manifestações como aquela. “Nós defendemos a bandeira da luta da comunidade mais pobre, e o PT foi dos mandatos que mais valorizaram a cultura popular. A cultura popular vem das periferias, então a gente tem que fortalecer esse ato. Nosso objetivo é mostrar que Lula é um preso político”, disse.
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Marco Zero Conteúdo

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