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Emergência em Maceió: Defesa Civil alerta para risco de colapso e desabamento de mina da Braskem

Marco Zero Conteúdo / 29/11/2023
Vista aérea de bairro evacuado em Maceió, com algumas casas vazias e dois bairros passando em avenida

Crédito: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo

por Marcel Leite, da Mídia Caeté

Mais uma vez, Maceió sofre com tremores de terra. Nos últimos dias, novos abalos foram registrados nas proximidades do campo do CSA, no bairro do Mutange. Anteriormente, a Defesa Civil da capital informou que o monitoramento da região havia sido intensificado para acompanhamento e que o tremor foi sentido somente na parte desocupada. Porém, uma moradora afirmou que sentiu em uma região ainda habitada, no Pinheiro.

Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (29), a Defesa Civil comunicou que os últimos sismos cresceram e que houve um agravamento do quadro na região isolada. De acordo com recentes estudos, há risco iminente de colapso em uma das minas.

O órgão recomendou ainda que embarcações e a população não transitem pela área até que a situação seja averiguada e atualizada, mas não indicou qual mina pode desabar.

Já o Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) de Maceió notificou que mobilizou cinco viaturas para bloquear os trechos afetados pelo afundamento no solo e que dão acesso ao bairro do Mutange. Em nota, o DMTT informou que “equipes estão posicionadas na Rua Doutor Passos de Miranda, onde há uma intervenção parcial; e no início e fim da Ladeira Ulisses Bandeira, conhecida como Ladeira do Padre, onde a interdição é total. Os agentes orientam o tráfego na região e atuam para garantir a segurança viária”.

A Braskem, mineradora responsável pela extração desenfreada de sal-gema que ocasionou o desastre ambiental na capital, também se posicionou por nota, afirmando que “paralisou as atividades na Área de Resguardo”.

A Prefeitura de Maceió criou um gabinete de crise para o risco de desabamento da mina e agendou reunião para esta tarde. Em sua rede social, o prefeito João Henrique Caldas (PL) escreveu que “com o agravamento dos tremores de terra e risco iminente de afundamento de uma mina no Mutange, determinei a criação de um gabinete de crise, que vou comandar com profissionais de diferentes áreas, para coordenar a situação, preservar vidas e garantir a segurança de todos.

O Ministério Público (MPF) também se posicionou esclarecendo que recomenda a “intensificação de todas as medidas de proteção das pessoas e de comunicação à sociedade, inclusive, com a publicação de alertas. Neste momento, reforçamos a necessidade de serem seguidas de forma irrestrita as orientações da Defesa Civil de não trafegar nas proximidades e não adentrar na lagoa”.

Leia a nota da Defesa Civil de Maceió:

A Defesa Civil de Maceió informa que os últimos sismos ocorridos se intensificaram e houve um agravamento do quadro na região já desocupada, próximo ao antigo campo do CSA. Estudos mostram que há risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas. Por precaução e cuidado com as pessoas, reforçamos, mais uma vez, a recomendação de que embarcações e a população evitem transitar na região até nova atualização do órgão.

Leia a nota da Braskem:

A Braskem informa que, em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na Área de Resguardo. Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro.

A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência.

A Braskem segue acompanhando de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil Municipal.

Mutange é o bairro mais ameaçado pelo colapso da mina de salgema. Crédito: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo

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