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Crédito: PTB/Divulgação
No final de 2020, o coronel da Polícia Militar Luís Meira assumiu a presidência do PTB em Pernambuco e recebeu das mãos de Roberto Jefferson, presidente nacional do partido, a tarefa de comandar o bolsonarismo em Pernambuco. Hoje, seu líder está preso e terá de pagar R$ 50 mil por ter associado o ministro do STF ao crime organizado, enquanto ele está sendo processado por danos morais pela ex-superintendente da Polícia Federal, Carla Patrícia Barros da Cunha.
A delegada foi substituída em maio deste ano, mas nos meses que antecederam ela foi alvo de repetidos ataques por parte do coronel Meira, que a acusava de “proteger o PSB”. Meira não era econômico nas palavras contra Carla Patrícia: “ela é 100% compromissada com o sistema”; “ela pede ‘bença’ ao governador”; “porque faz parte da curriola do PSB”; e ainda “a superintendente faz parte do time do PSB”. Quando ela foi demitida, o coronel gabou-se de ter sido responsável pela decisão, pois disse ter pedido duas vezes a Jair Bolsonaro para tirá-la do cargo.
Além de tentar ocupar o protagonismo entre os bolsonaristas locais, Meira teria motivos para não gostar da ex-superintendente da PF. Na petição ajuizada, Carla Patrícia argumenta que a “ira” do coronel “encontra raízes no sentimento de vingança”.
Quando ela era corregedora da Secretaria de Defesa Social do estado, em 2018, o irmão de Meira, o ex-coronel da PM Dilson e Silva Meira foi considerado “indigno” de ser oficial da polícia, expulso da corporação e denunciado pelo Ministério Público. No ano seguinte, seu outro irmão, o então prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira, sofreu o impeachment por causa de investigações da Polícia Civil que revelaram seus crimes de corrupção, peculato, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
Carla Patrícia quer R$ 200 mil em indenização pelos danos à sua imagem, além de retratação paga por Meira nos blogs e veículos de comunicação que publicaram as entrevistas do coronel.
Antes de iniciar sua carreira como político de extrema-direita, Meira foi comandante do Batalhão de Choque durante os governos de Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho, quando ganhou notoriedade pela truculência e violência contra torcedores de futebol, estudantes e sindicalistas.
Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.