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No próximo dia 26 de novembro, o Sítio Agatha, em Tracunhaém (PE), vai receber uma visita da comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para fazer uma escuta comunitária que deve ampliar a visibilidade sobre os conflitos gerados pela instalação das linhas de transmissão de energia no Complexo Prado. O encontro reunirá moradores e entidades sociais diante de representantes de órgãos públicos que devem ser pressionados por medidas concretas em relação às denúncias prejuízos à agroecologia e violações de direitos.
A iniciativa é uma resposta do legislativo estadual às falhas no processo de licenciamento ambiental e à ausência de consultas prévias às comunidades afetadas. Nesse cenário, famílias agricultoras relatam perda de terras, redução de áreas cultiváveis e até problemas de saúde relacionados à proximidade das torres de alta tensão. Projetos sustentáveis, como o do Sítio Agatha, têm sido diretamente prejudicados por empreendimentos da chamada “energia limpa”.
Entidades como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Fundo Casa e o Fundo Labora apoiam a resistência das famílias, enquanto a comissão de Meio Ambiente da Alepe, presidida pela deputada estadual Rosa Amorim (PT), já realizou vistorias técnicas com a deputada Rosa Amorim. A expectativa é que a escuta comunitária pressione órgãos como Incra, Ibama, CPRH e MPF a fiscalizar e exigir reparações adequadas.
O caso do Complexo Prado evidencia um padrão recorrente em megaempreendimentos energéticos no Brasil: benefícios concentrados em grandes centros e impactos distribuídos em regiões periféricas. Em 2023, a Marco Zero foi até o Sítio Ágatha para conhecer a história de Luiza Cavalcante, que também é presidente da Associação Sítio Ágatha, para entender como os moradores são afetados.
A linha de transmissão 500 kV Campina Grande III – Pau Ferro que atravessa parte da propriedade do Sítio Agatha, que foi instalada durante a pandemia da covid-19. Esta linha tem aproximadamente 130 quilômetros de extensão, passando por 15 municípios de Pernambuco e da Paraíba, e pertence a empresa Rialma S/A.
Jornalista formada pelo Centro Universitário Aeso Barros Melo (UNIAESO), mestranda pelo Programa de Pós-graduação e Inovação Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)/Campus Agreste. Contato: jeniffer@marcozero.org.