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Entrevista exclusiva com o escritor Jeferson Tenório
Quanto de reflexão crítica, poesia e identificação com os personagens é capaz de morar em 189 páginas de uma obra literária? A leitura do livro O Avesso da Pele (2020), de Jeferson Tenório, vencedor do Prêmio Jabuti de Romance Literário em 2021 traz muitos temas relevantes para a história do Brasil. Da complexidade das relações étnico-raciais no país às subjetividades de homens negros, o romance aborda questões cruciais para a nossa sociedade.
Nascido no Rio de Janeiro, Jeferson Tenório, que também já publicou os romances O Beijo na Parede (2013) e Estela Sem Deus (2018), é radicado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul – estado majoritariamente habitado por pessoas brancas. E é nesse cenário, localizado na região Sul que a narrativa se passa, trazendo a emocionante história da família de Pedro, o narrador, a cada capítulo.
Incluído no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC), O Avesso da Pele vem sendo alvo de censura. Em vídeo postado pela diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, na cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, o livro foi criticado. Houve também ações de censura destinadas à obra pelo Núcleo Regional da Educação de Curitiba, no Paraná, além das ordens de recolhimento pela Secretaria Estadual de Educação de Goiás e do Mato Grosso do Sul.
Por conta da repercussão desses episódios autoritários, diversos artistas, personalidades e instituições ligadas às artes, à leitura e à educação – além da Companhia das Letras, editora responsável pela publicação de O Avesso da Pele – se posicionaram e publicaram notas em repúdio à censura e em defesa do autor e do livro.
Em entrevista exclusiva, o escritor Jeferson Tenório conversou sobre o romance O Avesso da Pele, como recebe as notícias de censura, como percebe a importância de políticas voltadas à leitura no país e conta um pouco sobre o processo de escrita por trás dessa obra.
Marco Zero – Qual é a sua maior alegria como escritor?
Jeferson Tenório – Minha maior alegria como escritor é conseguir ser lido, principalmente por quem está se formando como leitor. Um dos meus projetos literários é de formação de leitores. Escrevo os meus livros pensando nesse público – alguém que está se formando ainda como leitor.
Em O Avesso da Pele (2020), você traça – entre outros temas – a subjetividade de um homem negro no nosso país. Queria que você contasse como foi a escrita desse livro e os atravessamentos dessa obra para você.
O Avesso da Pele (2020) foi pensado já há muitos anos, antes mesmo de eu escrever o livro anterior, que é o Estela Sem Deus (2018). Eu já vinha pensando em escrever sobre a história de um professor que tinha dificuldades na escola e tinha dificuldades também com o filho. No primeiro momento, era fazer uma análise sobre esse professor, fazendo uma crítica também ao sistema educacional. Essa era a premissa do livro. Com o passar dos anos, fui percebendo que outros temas poderiam também entrar nesse livro, a questão racial acabou aparecendo e a violência policial também. Percebi que o tema principal do livro seria essa relação entre pai e filho e o quanto essa relação estava sendo atravessada por todas essas questões que passam pela violência e pelo racismo. Quando, em 2019, fechei o contrato com a editora, decidi pegar tudo o que eu já tinha pensado e comecei de fato a escrever o livro. Demorei em torno de um ano e meio para escrever. Esse processo de você escrever um personagem negro e as suas subjetividades partem daí, primeiro, de contar essa relação entre pai e filho e depois ver as peculiaridades. Ou seja, o que faz esse personagem negro que seja diferente de outras vivências, levando em consideração que é uma pessoa que vive no sul do país, onde majoritariamente as pessoas são brancas.
A obra O Avesso da Pele (2020) vem sofrendo censura. Primeiro, por uma professora do Rio Grande do Sul, mas também foi pelo Núcleo Regional de Educação, no Paraná, além de Goiás, onde, inclusive, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) admitiu não ter lido o livro. Como você recebe esses episódios e o que, na sua percepção, significa para a sociedade brasileira?
Acho que é um ato que não é desconhecido. A gente já tem um histórico de recolha de livros, de proibições, de censura. É algo que já aconteceu na história do Brasil. Acho que o diferencial de hoje é que a gente tem o apoio das redes sociais, que é muito forte. De certo modo, a gente aprendeu também a reagir de maneira contundente. Foi o que aconteceu agora com O Avesso. Eu recebi muitas notas de apoio, pessoas, instituições, políticos, escritores, colegas se posicionando. Isso demonstra o quanto é grave, o quanto a gente entendeu que é grave essa recolha de livros. E também nos deixa atento para entender que há uma sofisticação desses atos autoritários. Para a recolha dos livros, o argumento que se utilizou é de que eles estavam sendo recolhidos para uma “avaliação pedagógica”, sendo que a gente sabe que os livros já foram avaliados. O Avesso da Pele já foi avaliado. Então, a gente tem aí um discurso autoritário, mas que vem disfarçado de um argumento pedagógico. Acho que a gente tem que ficar bastante atento, é muito sério o que está acontecendo e a gente não pode normalizar esse tipo de ação.
“A gente precisa de mais livrarias, menos farmácias. Menos farmácias, mais livrarias!”
Se você não fosse escritor e professor, o que você gostaria de ser ou você acha que seria?
Eu, sinceramente, não sei. Costumo dizer que a minha carteira de trabalho é um mosaico de carimbos de tantos lugares que já passei e que eu não me senti a vontade. Trabalhei com muitas coisas antes de me tornar professor. O lugar onde eu mais me senti confortável e que me dava motivação foi a sala de aula. Então, não consigo perceber o que eu faria se não fosse professor ou escritor. Acho que eu só consigo fazer isso da minha vida. Dar aulas e escrever.
Como é conciliar esses dois ofícios?
Estou fora da sala de aula desde 2022, fazem dois anos que saí. Eu dava aula em escolas públicas e particulares e, depois que O Avesso da Pele foi publicado, comecei a ter muita demanda de viagens e de palestras. Então, hoje a minha relação com a escola é diferente, é uma relação de eu ir na escola para falar com os alunos sobre o livro. Mas sinto bastante falta desse ambiente escolar, da troca de ideias na sala de aula.
Qual a importância de políticas voltadas à formação de um público leitor e de fomento à leitura no Brasil?
Acho que a gente tem tido bons projetos de leitura, sejam por políticas públicas ou por iniciativas das escolas. Há um trabalho sendo feito pelos professores em sala de aula, principalmente no Ensino Fundamental. No Ensino Fundamental I, o trabalho de valorização do livro, do autor, da leitura é ainda mais forte. O que falta talvez sejam projetos de lei que deem continuação a essas políticas públicas para que, se um próximo governo venha, elas não deixem de existir. É o que acontece, uma descontinuação de projetos de leitura, seja no ambiente estadual, federal, municipal. Acho que a gente precisa de leis que garanta que esses projetos sigam em frente. Além disso, a gente não pode achar que a escola é o único espaço de formação de leitores. Ela é um espaço importante. A gente precisa de bibliotecas comunitárias públicas. A gente precisa de mais livrarias, menos farmácias. Menos farmácias, mais livrarias! A gente precisa ter acesso ao livro de maneira mais fácil, mais barata. A própria confecção do livro, as editoras precisam de incentivos fiscais para conseguirem publicar mais livros, a circulação de autores pelo Brasil, mais festivais literários, mais bibliotecas nas escolas. É uma série de ações que eu acho que fazem com que a gente tenha, de fato, a formação de um público leitor.
Vi que, após esses episódios de censura, O Avesso da Pele (2020) teve um aumento de vendas de mais de 1000%, querendo ou não vai chegar a mais pessoas. Como você recebe essa notícia?
Acho que é efeito da censura. A censura e a proibição acabam atiçando a curiosidade das pessoas. Acho que também é uma reação positiva, no sentido de as pessoas entenderem que: “Bom, se estão proibindo, então, vamos comprar o livro, vamos distribuí-lo, vamos fazê-lo chegar em mais lugares.” Acho isso muito positivo, mexe também com o sistema editorial. Você tem aí livreiros envolvidos, gráficas, a própria editora, eu. Então, movimenta todo um sistema editorial. Isso é ótimo, é maravilhoso. Agora, o que me preocupa, e acho que é uma questão que a gente tem que pensar, é o que motiva as pessoas a irem atrás de um livro. Se a gente partir dessa ideia de que um livro só é procurado quando ele tem eventos extraordinários ou quando ele sofre algum tipo de violência, algum tipo de censura, é preocupante, porque a leitura não pode ser algo extraordinário – ou seja, eu não posso ir atrás do livro só porque ele foi censurado. Acho que a gente também tem que ter políticas públicas, incentivos de leitura que normalizem a presença do livro na sociedade e na vida das pessoas. Somos um país de quase 250 milhões de pessoas e o público leitor não chega a 2% de toda essa população. É pouca gente tendo acesso ao livro. Acho que a gente precisa pensar as motivações e, nesse sentido, até tenho brincado que a extrema-direita tem sido mais eficiente para levar as pessoas a lerem o livro.
Antes de um grande escritor, há um grande leitor. Como a escrita começou a fazer parte da sua vida?
A escrita começou muito cedo, ela começou bem antes da leitura. Sempre fui uma pessoa muito imaginativa, uma pessoa que gostava de brincar sozinho. Isso me levou a criar histórias muito cedo. Aos 13, 14 anos, eu já tinha vários diários que escrevia sobre a minha vida. Mas eu não era um leitor, na verdade. Fui alfabetizado, fui para a escola, houve algumas tentativas das professoras de me fazerem ler, mas era algo que não me atraía. A leitura era algo que não estava nos meus planos. Aos 18 anos, escrevi a minha primeira novela, chamada O perdão do destino. Nunca foi publicada e nem será publicada. Era uma história bastante ruim, mas era a minha primeira tentativa de construir uma narrativa longa. Depois quando entrei na universidade, já aos 24 anos, no curso de Letras, eu comecei a ler literatura. Ali, eu percebi o quanto era difícil escrever. Tive acesso a Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Shakespeare e assim por diante. Fiquei um tempo, uns três ou quatro anos, sem escrever. Até que eu voltei já como leitor. Aí, comecei a escrever poemas, depois vieram os contos e depois vieram os romances. Mas a escrita sempre esteve presente em mim. Ela foi anterior à leitura.
Como você percebe o avanço da extrema-direita nos últimos anos – sobretudo no sul do Brasil, que como você disse, há um maior número de pessoas brancas?
Acho que essa extrema-direita, que tem ganhado espaço, de uma maneira que é assustadora, porque ela não causa muitos alardes. Por exemplo, a gente tem células nazistas sendo encontradas em Santa Catarina. Parece-me, pelas notícias, que essa questão está bem séria. Acredito que devem ter também em outros lugares. No sul do país, como é uma região majoritariamente de pessoas brancas, a situação das pessoas negras é muito delicada, principalmente no interior dos estados, tanto no Paraná, quanto Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde você tem uma tradição muito forte de imigrantes europeus e culturalmente também ela é valorizada. Essa valorização acaba apagando a contribuição de pessoas negras nesses estados. E consequentemente também vem junto o preconceito, o racismo. Há algumas propostas, principalmente no Rio Grande do Sul que eu tenho acompanhado mais, da bancada negra de vereadores que foi eleita em Porto Alegre, por exemplo, que tem se debruçado também em valorizar a cultura negra em Porto Alegre e também no Rio Grande do Sul, demonstrando o quanto a formação do estado deve muito também à população negra. Vejo que há esse esforço, de também trazer essa valorização. De certo modo, O Avesso da Pele também é um livro sobre isso, de valorizar a contribuição da cultura negra para a construção do estado.
“…somos seres políticos. Não tem como fazer literatura, sem acreditar na política”.
Você acredita na política?
Sim, acredito na política, acredito que somos seres políticos. Não tem como fazer literatura, sem acreditar na política.
E no amor, você acredita?
Também! Acho que esse é um tema bem interessante, principalmente, para nós, escritores negros, que temos que ser sempre combativos, que estar sempre militando e denunciando. Aí o afeto e o amor, eles acabam ficando meio de lado. Nos meus livros, sempre procuro contrabalancear isso. Em O Avesso, quando vou tratar do “avesso da pele”, ou seja, dos afetos, procuro justamente humanizar os meus personagens pelo amor, pelo afeto, pelas relações que se estabelecem com as outras pessoas. Acho que é um tema bem importante e acredito muito. É um sentimento transformador.
O que você desejaria para o Brasil?
Muitas coisas, mas talvez o que mais desejaria e que acho que mudaria o Brasil seria, pelo menos, a diminuição da desigualdade. Desigualdade em todos os setores, seja desigualdade racial, de gênero, econômica. Diminuir ou terminar a desigualdade é o que eu desejaria para o Brasil.
Qual o livro, verso ou texto que de tão bom, você gostaria de ter escrito?
Acho que tem momentos da minha vida que vou escolhendo livros que me atravessam nesses termos. Mas acho que ultimamente o que tem mais me provocado e sustentado também as coisas que eu penso é o livro Terra Estranha (1962), do James Baldwin, escritor norte-americano. Ele foi um dos primeiros autores negros que eu li. Ele tem uma passagem muito interessante nesse livro, que depois que um personagem negro morre, dois personagens brancos conversam. Esses dois eram muito amigos dele e um dos dois diz o seguinte: “Como pode? A gente viveu no mesmo bairro, a gente viveu as mesmas coisas, os dois eram pobres e por que isso aconteceu com ele?” Ele se questiona porque o personagem negro morreu. A outra personagem branca responde: “Claro que todos nós passamos pelas mesmas coisas. Fomos pobres, sofremos a violência por causa da miséria, mas uma coisa é você passar por isso por circunstâncias da vida e outra coisa é você passar por isso por causa da cor da pele.” Acho que isso é muito significativo. Você tem a contingência da vida de você passar por determinadas situações, mas isso é agravado por causa da cor da pele, que é algo que você não pode arrancar, que você não pode tirar e guardar no bolso. Acho que é uma reflexão que eu gostaria de ter tido, que eu gostaria de ter escrito.
Em 2021, O Avesso da Pele venceu o prêmio Jabuti, na categoria de melhor romance literário. O que você percebe que mudou para você, como escritor, e em relação à validação do livro?
O Jabuti é um prêmio bastante reconhecido, bastante importante. Lembro que quando eu fui indicado, fui olhar o histórico dos autores que já tinham ganhado e fiquei bastante ansioso porque, imagina, escritores que sempre admirei: Jorge Amado, Clarice Lispector, Rubem Fonseca, autores que ganharam o prêmio Jabuti de melhor romance literário. Ele tem esse apelo, esse reconhecimento. Mesmo as pessoas que não são ligadas ao mundo do livro, reconhecem que é um prêmio importante. E o livro já vinha numa caminhada de reconhecimentos de leitores, de crítica e tal. Quando chega o prêmio Jabuti, no final de 2021, quando virou para 2022, eu já não consegui mais ficar na escola porque a quantidade de convites, feiras, festivais que tinha que participar começou a ficar muito grande e não consegui mais conciliar a sala de aula com essas viagens. Nesse ponto de vista, acho que o prêmio Jabuti abriu muitas portas para mim. Continua abrindo. Mas sobretudo acho que tem esse selo de reconhecimento: “leiam porque foi reconhecido pelo Jabuti.” Acho que nesse sentido é bem interessante.
“…a leitura não pode ser algo extraordinário – não posso ir atrás do livro só porque ele foi censurado”.
Sobre instituições ligadas às letras no Brasil, elas ainda são espaços – tanto de ideias, mas também quanto à presença – de predomínio de pessoas brancas. Mas Machado de Assis era um homem negro, que a história tentou enbranquecer. Agora, falando da Academia Brasileira de Letras, que Machado foi um dos fundadores, e que, recentemente, elegeu a historiadora Lilia Schwarcz, além de Gilberto Gil e Ailton Krenak que também foram eleitos “imortais” há pouco tempo. Mas a escritora Conceição Evaristo, que é um dos grandes nomes da literatura brasileira contemporânea, não recebeu esse título. Como você percebe a importância de existir uma maior pluralidade em instituições ligadas às letras no país?
Acho que o caso da ABL é mais peculiar. Porque, primeiro, não se trata de uma instituição pública, é uma instituição privada. Aí, eles estabelecem critérios. Esses critérios também têm a ver com toda uma tradição da Academia, que eu desconheço totalmente, o que sei é de reportagens. É também um lugar que por ter uma tradição tão longa, demora acho que bastante para conseguir acompanhar os movimentos da sociedade. Nesse sentido, a ABL é um pouco conservadora de entender os movimentos da sociedade e de agir também rapidamente. No caso da Conceição Evaristo, acho que a não entrada da Conceição, quem sai perdendo é a Academia de Letras. Isso eu já disse outras vezes. Quem está perdendo é a Academia Brasileira de Letras, de não ter uma intelectual, uma escritora como a Conceição Evaristo. Por outro lado, a não entrada da Conceição, de certo modo, também abalou a ABL, que foi bastante criticada e isso fez com que, de certo modo, pavimentasse a entrada de escritores que não fazem parte desse perfil que a gente está acostumado a ver. Então, a entrada do Gilberto Gil, Ailton Krenak. A entrada da Lilia Schwarcz, acho que ela é uma das poucas intelectuais brancas, no Brasil, que se debruça sobre a questão racial há muitos anos. Na década de 1990, ela já estava escrevendo e escreveu um livro bastante importante chamado O Espetáculo das Raças (1993). Foi por onde comecei o meu letramento racial. Enquanto os intelectuais brancos não estavam falando sobre isso, pelo menos a Lilia já estava falando. Então, não é uma coisa de moda, é um percurso que é bastante importante. Acho que a entrada dela lá também deve ser comemorada, nesse sentido, de alguém que é aliado, porque todas as pessoas brancas foram beneficiadas pelo processo escravagista. Todas. Mas nem todas as pessoas brancas são signatárias do racismo. Nem todas as pessoas brancas são racistas, essa é a questão. As pessoas brancas que são aliadas, a gente tem que dialogar, que conversar e essas pessoas, que são aliadas, podem usar o seu prestígio, o seu privilégio para conseguir minimizar o racismo e promover ações antirracistas. E mais do que isso, fazer com que a branquitude se pense. Acho que é uma pena que a Conceição não entrou e acho que é um lugar merecido para ela. Mas também fico feliz que quem tenha entrado seja uma pessoa como a Lilia, que é alguém comprometida com a causa. E não é de agora.
Para muitos leitores seus, você se torna uma referência, a partir da experiência da leitura de suas obras. O que você gostaria de dizer, antes de finalizarmos, para seus leitores, sobretudo os daqui de Pernambuco que vão ler ou já leram seus livros?
Já estive no Recife algumas vezes, é uma cidade que gosto muito. Gosto muito de voltar a Pernambuco e, nas vezes que fui, vi coisas muito bonitas. Embora O Avesso da Pele tenha sido escrito dentro do contexto do sul, as pessoas se identificam com várias passagens do livro. Isso me deixa muito feliz e contente: fazer um livro que vem de um lugar específico, mas que as pessoas de outros lugares conseguem se identificar. Então, fico muito grato aos leitores de Pernambuco, nas escolas em que eu fui. E faço um convite para quem não leu ainda chegar n’O Avesso da Pele.
Erika Muniz é jornalista, formada em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Pesquisa a área de cultura, assinando trabalhos em vários veículos e portais.