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Organizações sociais lançam Rede de Adaptação Antirracista

Jeniffer Oliveira / 05/07/2024
A imagem retrata uma reunião em ambiente interno. Um grupo de pessoas está sentado em cadeiras dispostas em um semicírculo, de frente para uma tela branca que exibe algum texto. As paredes do local são brancas e estão decoradas com quadros e fotografias. As pessoas, em sua maioria negras, estão sentadas prestando a atenção em uma outra pessoa que está no centro da imagem. A iluminação é acolhedora, criando uma atmosfera confortável para o que parece ser uma apresentação ou palestra.

Crédito: Fael Miranda

Organizações de diferentes estados brasileiros vão se reunir no próximo domingo, às 16h, na Associação de Moradores Vila Tancredo Neves, na UR-5/Ibura, para o lançamento oficial da Rede por Adaptação Antirracista. Pautados pelos desastres ambientais e o racismo que impactam a população negra e periférica afetadas pelas tragédias ambientais, 57 organizações de 15 estados criaram a rede que, desde o ano passado, atua em diversas frentes.

O evento, que será aberto ao público, vai contar com as falas de representantes das organizações participantes, a apresentação dos trabalhos realizados pelo coletivo até o momento e, também, com apresentações culturais da cantora Poli e da poetisa Iyadirê Zidanes.

Uma das motivações que uniu as organizações foi a falta de representação dos movimentos negros e dos povos originários na articulação para desenvolver o novo Plano Nacional de Adaptação, o Plano Clima, do Governo Federal. 

Por este motivo, os principais objetivos são conectar os movimentos de base com atuação territorial na pauta da adaptação às instituições e agências do terceiro setor que possam financiar e fomentar as atividades desses movimentos. E influenciar na pauta das políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas na esfera federal, dialogando com os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Igualdade Racial.

“Entendemos que não é possível discutir os impactos ambientais e nos territórios sem compreendermos como as pessoas, principalmente negras e periféricas, são afetadas por essas alterações. Ou seja, planos de adaptação efetivos de fato exigem a participação dessas populações na discussão e construção”, explica a secretária executiva da Rede Por Adaptação Antirracista, Joice Paixão, co-fundadora e atual presidenta, o Gris Espaço Solidário, do bairro da Várzea.

Aqui no estado, dez organizações fazem parte da Rede o Coletivo Caranguejo Tabaiares, Centro Popular de Direitos Humanos, Habitat para Humanidade, Coalizão Negra por Direitos, Instituto de Referência Negra Peregum, Greenpeace, Articulação Negra de Pernambuco, Conectas, entre outras.

Em preparação para o lançamento, entre os dias 5 e 7 de julho, acontece o 1º Encontro Presencial da Rede por Adaptação Climática Antirracista, em Olinda, exclusivo para os integrantes do grupo, com o objetivo de estruturar o planejamento das ações e atividades para os próximos meses.

AUTOR
Foto Jeniffer Oliveira
Jeniffer Oliveira

Jornalista formada pelo Centro Universitário Aeso Barros Melo – UNIAESO. Contato: jeniffer@marcozero.org.