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*Milton Tenório
A concessão de títulos honoríficos pela Universidade de Pernambuco (UPE) possa gerar debates e controvérsias, especialmente quando envolve a percepção de negacionismo climático.
A UPE concederá o título de Doutor Honoris Causa ao Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho no dia 19 de novembro de 2025 (quarta-feira, se a data for mantida), na Escola Politécnica de Pernambuco, às 19h30.
Sobre a UPE: é importante notar que a UPE tem reconhecido outras personalidades em diversas áreas do conhecimento e atuação e também tem docentes envolvidos em redes de pesquisa sobre as mudanças climáticas , o que destaca a complexidade e a diversidade de visões dentro de uma universidade pública.
O Conselho da UPE já foi palco de críticas dos próprios docentes (Adupe) daquela instituição por apoiar o projeto da Escola de Sargentos do Exército e agora o Conselho vem conceder o Titulo Honoris causa ao maior incentivador para que o exército continue com a implantação do projeto em cima da Bacia do Catucá e desmatar 200 mil árvores no maior fragmento de Mata Atlântica ao Norte do Rio São Francisco, ou seja, a APA Aldeia Beberibe, no Grande Recife.
Tudo isso contextualiza a concessão do Título Honoris Causa da UPE dentro de uma profunda controvérsia ambiental e acadêmica em Pernambuco.
A controvérsia: ativistas e críticos têm explicitamente classificado o Ministro José Múcio como o “maior símbolo do negacionismo climático” por patrocinar a destruição dessa área sensível.
O debate em curso: a preocupação com o impacto da ESA (Escola de Sargentos das Armas ) já foram pauta dentro da própria Universidade de Pernambuco, com a realização de mesas-redondas sobre o tema na Faculdade de Administração e Direito (FCAP/UPE) , o que demonstra que a controvérsia alcança o ambiente acadêmico da instituição.
A concessão do título a José Múcio Monteiro Filho é, portanto, vista por grupos da sociedade civil e ambientalistas como um endosso institucional da UPE a um projeto que representa uma grave ameaça ecológica ao bioma local e à segurança hídrica da região.
Para construir Escola de Sargentos do Exercito não precisa desmatar.
*Ativista ambiental , fundador do Movimento Gato-Maracajá e morador de Aldeia.
É um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público.