O deputado federal reeleito Túlio Gadêlha (Rede) declarou, na tarde desta terça-feira (25), seu apoio à candidata Raquel Lyra (PSDB) para governadora de Pernambuco. O parlamentar, que apoia o ex-presidente Lula (PT), já vinha sinalizando esse movimento e criticando alguns coordenadores da campanha da adversária Marília Arraes (Solidariedade) por tentar, nas palavras dele, “empurrar Bolsonaro (PL) pro colo de Raquel”.

Ao lado da tucana, Túlio deu uma coletiva de imprensa para oficializar seu apoio. A decisão dele gerou uma repercussão negativa no PSOL, com quem a Rede construiu uma federação partidária, ou seja, uma aliança que, em tese, não pode se desfazer por quatro anos.

Nas redes sociais, o presidente estadual do PSOL, Tiago Paraíba, manifestou repúdio à posição de Túlio, acusando-o de “desrespeitar a deliberação coletiva da federação de não apoiar quem traz em seu palanque bolsonaristas como os Collins e Tércios”, parlamentares evangélicos fundamentalistas.

“A posição de Túlio Gadelha não representa as instâncias democráticas da Federação, que deliberou pelo apoio a Marília Arraes por entender que neste segundo turno a tarefa principal é eleger Lula ederrotar o bolsonarismo e quem faz aliança com esse setor”, complementou Tiago.

“Vamos eleger Raquel governadora e Lula presidente. Deixamos Bolsonaro sem palanque neste segundo turno e com isso vamos impor uma grande derrota à extrema-direita nesta reta final. Precisamos construir pontes. No futuro governo do presidente Lula, precisaremos dialogar com muita gente de diversos campos. Raquel é uma jovem liderança do PSDB em ascensão, precisaremos do PSDB para governar o Brasil, assim como precisamos abrir esses canais de diálogo para trazer investimentos e desenvolver Pernambuco”, afirmou Túlio na coletiva.

Ele destacou ainda que participou de uma reunião com dirigentes da Rede em que ficou decidido que os integrantes do partido estão liberados para escolherem seus apoios para o governo estadual, mas mantendo o apoio a Lula.

“Não estou indo contra a decisão do meu partido nessa escolha, estou exercendo o meu direito de escolher em quem acredito ter mais capacidade política e administrativa para governar Pernambuco. Essa é uma das belezas da democracia, conseguir dialogar e construir pontes, inclusive, ao lado dos que pensam diferente”, rebateu.

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AUTOR

Raíssa Ebrahim

Vencedora do Prêmio Cristina Tavares com a cobertura do vazamento do petróleo, é jornalista profissional há 12 anos, com foco nos temas de economia, direitos humanos e questões socioambientais. Formada pela UFPE, foi trainee no Estadão, repórter no Jornal do Commercio e editora do PorAqui (startup de jornalismo hiperlocal do Porto Digital). Também foi fellowship da Thomson Reuters Foundation e bolsista do Instituto ClimaInfo. Já colaborou com Agência Pública, Le Monde Diplomatique Brasil, Gênero e Número e Trovão Mídia (podcast). Vamos conversar? raissa.ebrahim@gmail.com