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Ataque a terreiro em Paulista dá tom de protesto ao Dia do Macumbeiro

Marco Zero Conteúdo / 20/03/2025
A imagem mostra o pescoço e parte do tronco de uma pessoa que está vestindo uma camiseta amarela por baixo de uma camisa branca aberta. No pescoço, a pessoa usa várias correntes metálicas prateadas misturadas com colares de contas coloridas. As contas são principalmente verdes, brancas e vermelhas, e há um crucifixo de metal prateado pendurado entre as correntes. O visual destaca a combinação marcante desses acessórios.

Crédito: Arnaldo Sete/Marco Zero

Originalmente, a programação do dia do Macumbeiro – ou o Dia Nacional das Religiões de Matriz Africana – era de festa e celebração, mas o ataque ao terreiro de Jurema do Mestre Pilão Deitado, em Paulista, transformou o que seria um evento festivo em protesto.

Nesta sexta-feira, 21 de março, lideranças religiosas, movimentos sociais e o perfil Macumba Ordinária realizarão um ato contra a intolerância e o racismo religioso diante do monumento Tortura Nunca Mais, na rua da Aurora. O protesto está marcado para 14h.

De acordo com Renato Fonseca, do perfil Macumba Ordinária, na madrugadade quarta-feira, 19 de março, três homens invadiram a tenda do Pai Diego, no bairro Torres Galvão, em Paulista, destruíram e imagens, objetos sagrados e saqueando o local. A invasão mobilizou a comunidade do candomblé, da umbanda e da jurema na Região Metropolitana e alterou a agenda do Dia do Macumbeiro. O ataque ocorreu dois meses depois do “cerco” realizado por evangélicos ao terreiro de Xambá, em Olinda.

Inicialmente, o que estava marcado no mesmo local era um arrastão cultural para “celebrar a ancestralidade”, com homenagens à ialorixá Mãe Lu. Apesar do protesto, a parte festiva foi mantida. Após o protesto, está previsto um arrastão cultural em direção à rua da Saudade, onde haverá uma feira de artesanato e apresentações musicais.

I Baile do Macumbeiro

Na rua da Saudade, às 18h o ato contra a intolerância vai dar lugar ao I Baile do Macumbeiro, com apresentações de artistas de diversos gêneros que constituem a herança cultural de origem africana, como o samba, o afoxé e o maracatu. O artista Maxwell Lobato, convidado para ser um dos apresentadores do evento, disse que “é importante enfrentar o fascismo e racismo com tecnologias ancestrais, nada melhor do que pôr o nosso bloco na rua, as nossas roupas, os nossos ritmos, as nossas danças, as nossas vozes, a arte e a cultura”.

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Marco Zero Conteúdo

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