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Livro comemora 140 anos de João Pernambuco, o esquecido “poeta do violão”

Marco Zero Conteúdo / 27/06/2023
João Pernambuco: foto na cor sépia de homem branco, usando chapéu de couro de abas largas levantadas, segurando violão, olhando direto para a câmera, com paisagem de morros e mar do Rio de Janeiro ao fundo.

Crédito: Acervo José Leal

Abrindo as comemorações dos 140 anos do nascimento de João Pernambuco, o primeiro músico a compor para violão solo no Brasil, será pré-lançado, nesta quarta-feira (28), no Recife, o livro Raízes e Frutos da Arte de João Pernambuco – Uma Infinita Viagem, do jornalista José Leal, fundador do Instituto de Arte Popular João Pernambuco.

Autodidata, o pernambucano João Teixeira Guimarães (1883-1947) é considerado um patrimônio da música popular brasileira, autor da famosa toada “Luar do Sertão” e conhecido como “Poeta do violão”. No entanto, é um gênio que Pernambuco esqueceu, como mostrou a Marco Zero em matéria publicada em 22 de novembro de 2022, data em que se comemora o Dia do Músico.

O evento será às 19h no museu Paço do Frevo, no Bairro do Recife. Do livro de José Leal, nasce o desejo de reconciliar João Pernambuco no presente com essa memória esquecida, proporcionando ao grande público ter acesso a sua majestosa arte musical.

Nas palavras do jornalista, “o livro Raízes e Frutos da Arte de João Pernambuco – Uma Infinita Viagem proporciona ao Instituto de Arte Popular João Pernambuco realizar o inédito retorno do legado de João Pernambuco para seu estado natal. Essa importante iniciativa possibilita ampliar a difusão da arte musical do grande protagonista da história do violão e relevante personagem da música popular brasileira para conquistar o meritório reconhecimento”.

O livro é parte do projeto “João Pernambuco – Coração de Violão”, que também será pré-lançado nesta terça (27), um selo com realização do Instituto de Arte Popular João Pernambuco e da Fundação Brasil Meu Amor.

O projeto, que terá lançamento em novembro, irá percorrer seis cidades do sertão pernambucano (Tacaratu, Inajá, Floresta, Petrolândia, Jatobá e São José do Egito), além do Recife, reconstruindo a trajetória do músico, para a criação de um produto audiovisual. A caravana vai promover rodas de diálogos, registros de histórias orais de familiares, depoimentos de músicos que tocaram com João Pernambuco e de violonistas intérpretes de suas canções.

Do Sertão de Pernambuco para o Brasil

Ferreiro de profissão, violonista e compositor por vocação, João Teixeira Guimarães nasceu em Bebedouro de Jatobá, no sertão pernambucano. Aos 8 anos, começou a dar seus primeiros acordes no violão com violeiros e cantadores locais. Em 1895, se muda com a família para o Recife. Aos 15 anos, já integrava as rodas de músicos populares da capital.

Em 1904, em busca de melhores condições de vida, João se muda para o Rio de Janeiro. Soube cultivar com maestria as raízes e os frutos de sua arte e, por ser tão dedicado à cultura pernambucana, ficou conhecido como o genial músico João Pernambuco.

Em sua trajetória artística, criou obras com ricos desenhos melódicos e figuras rítmicas, movendo-se por belos caminhos harmônicos. Por essa razão, foi reconhecido como o autor instrumentista que compunha lindos poemas com notas musicais, o que lhe valeu o título de “Poeta do violão”.

De espírito agregador e uma criativa energia coletiva, formou diversos grupos musicais, como o famoso “Grupo Caxangá”, conquistando imenso sucesso no período de 1913 a 1918, fazendo o sul e sudoeste do Brasil “pernambucarem”. João Pernambuco integrou o lendário grupo “Os Oito Batutas” e influenciou vários grupos musicais, consagrando-se como precursor da difusão da música nordestina nos variados recantos do Brasil.

Crédito: Divulgação

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