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Reforma trabalhista: maior parte da mídia não aborda o impacto negativo das mudanças

Sérgio Miguel Buarque / 06/06/2017

A parcialidade da mídia corporativa na cobertura da Reforma Trabalhista pode ser comprovada no levantamento feito pela ONG Repórter Brasil, divulgado na segunda-feira (05/05), véspera da votação do Projeto de Lei na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). O levantamento mostra que as reportagens publicadas na chamada grande imprensa estão majoritariamente centradas no argumento de que as mudanças na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) irão “modernizar uma legislação anacrônica, privilegiando a negociação entre patrões e empregados com o objetivo de dinamizar a economia e favorecer a retomada dos empregos”.

O estudo analisou mais de 150 textos dos três jornais de maior projeção nacional – Folha, O Globo e Estadão – e 30 minutos de matérias dos dois principais telejornais – Jornal Nacional e Jornal da Record. Foram avaliados os cinco dias anteriores e os cinco posteriores à aprovação do relatório do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) na comissão especial da Câmara: de 20 a 30 de abril de 2017.

De acordo com o levantamento, “o Jornal da Record foi o menos crítico à proposta apresentada pelo governo, com 100% das reportagens favoráveis. O Globo foi o segundo mais alinhado, com 88% do conteúdo suportando o que defende o Palácio do Planalto. Em seguida, aparecem o Jornal Nacional (77%) e O Estado de S.Paulo (68%). A Folha de S.Paulo (42%) destoou dos outros veículos, já que criticou a proposta em mais de metade dos seus textos.

Abaixo, um resumo dos resultados do levantamento:

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Leia aqui o levantamento completo

AUTOR
Foto Sérgio Miguel Buarque
Sérgio Miguel Buarque

Sérgio Miguel Buarque é Coordenador Executivo da Marco Zero Conteúdo. Formado em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, trabalhou no Diario de Pernambuco entre 1998 e 2014. Começou a carreira como repórter da editoria de Esportes onde, em 2002, passou a ser editor-assistente. Ocupou ainda os cargos de editor-executivo (2007 a 2014) e de editor de Política (2004 a 2007). Em 2011, concluiu o curso Master em Jornalismo Digital pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais.