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117 municípios de Pernambuco em situação de emergência por falta de água

Marco Zero Conteúdo / 21/01/2025
Esta foto mostra uma cena ao ar livre em um ambiente natural com uma estrutura de concreto parcialmente submersa em água. A estrutura parece ser uma ponte ou pilar, com marcas visíveis de diferentes níveis de água ao longo de sua superfície, indicando variações no nível do rio ao longo do tempo. À esquerda, há pedras irregulares na margem do rio, e ao fundo, uma vegetação densa e verde cobre o restante do cenário. O céu parece nublado, sugerindo um clima úmido ou recente chuva. A água é calma e reflete parte da estrutura de concreto e da vegetação ao redor.

Crédito: Divulgação / Compesa

A governadora Raquel Lyra decretou situação de emergência em 117 municípios de Pernambuco devido à escassez de chuvas no estado, situação que os temporais da semana passada não foram suficientes para alterar. O decreto foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira, 21 de janeiro, e tem validade de 180 dias. A medida visa mitigar os efeitos da seca hidrológica nos reservatórios e na rede de abastecimento de água, que já afeta grande parte das cidades de Pernambuco.

O decreto é dividido em duas partes. A primeira homologa os decretos municipais de situação de emergência em vigência no estado, voltados para as zonas rurais dessas cidades. A segunda parte estabelece a situação de emergência nas zonas urbanas dos municípios listados no texto.

“Nossas equipes estão em alerta desde o primeiro dia dessa crise para mitigar os efeitos desta seca, que atinge grande parte dos nossos municípios. É um momento muito crítico, de estiagem severa, e com esse decreto poderemos agilizar ainda mais as medidas de socorro à população, principalmente da Região Metropolitana e do Agreste”, afirmou a governadora Raquel Lyra.

Em dezembro de 2024, o Governo de Pernambuco já havia decretado estado de alerta para 94 municípios também por conta da escassez de chuvas e dos impactos da estiagem prolongada.Mais 24 municípios foram adicionados à relação do mês passado.

De acordo com o governo estadual, as ações emergenciais voltadas ao enfrentamento da estiagem já estão em andamento, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento, Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e Defesa Civil, que vêm atuando de forma integrada, desde o monitoramento dos reservatórios e mananciais ao planejamento da assistência.

Os preocupantes níveis das barragens

A barragem de Goitá está com acumulação em 4,6% de seu volume. Estão com volume inferior a 20% as barragens Bita e Utinga, com 19% e 9,7% de seu volume, respectivamente. Todas elas atendem o Grande Recife. Com relação aos reservatórios que abastecem o Agreste, a barragem de Jucazinho encontra-se em colapso, com 5,8 % de sua capacidade.

A Apac aponta que o estado enfrenta uma seca de moderada a grave em boa parte do seu território. A previsão climática para o primeiro trimestre de 2025 indica chuvas abaixo da média, com pancadas isoladas no Sertão e períodos secos nas outras regiões. “Será um trimestre considerado seco para a Região Metropolitana, Zona da Mata e Agreste, enquanto que no Sertão, onde seria a estação chuvosa, poderão ocorrer pancadas de chuvas isoladas de intensidade moderada a forte, porém concentradas em poucos dias, seguidos de períodos com dias secos”, disse a diretora de Regulação e Monitoramento da Apac, Crystianne Rosal.

*Errata: às 16h, o Governo de Pernambuco corrigiu a informação divulgada pela manhã, alterando o número de 118 para 117 municípios em estado de emergência

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Marco Zero Conteúdo

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