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Cabo recebe 1° Encontro de Juremeiros um ano após invasão e depredação de terreiro

Raíssa Ebrahim / 20/03/2024

Crédito: divulgação

O Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, vai sediar, nesta quinta-feira, 21 de março, o 1° Encontro de Juremeiros. Será às 15h, em frente ao Palácio da Cultura, na praça Ministro André Cavalcanti, no centro da cidade, que sedia, até a sexta (22), uma exposição com elementos da jurema sagrada. O encontro está sendo promovido pela Organização de Juremeiros de Pernambuco, grupo recém-formado na luta pelos povos de umbanda e do candomblé e para combater a intolerância religiosa e o racismo.

Há quase um ano, no dia 25 de março de 2023, o terreiro Casa de Axé do Mestre Manuel Quebra Pedra, no Loteamento Cidade Garapu, foi invadido e depredado. No dia 15 do mês seguinte, representantes dos povos de terreiro da cidade se uniram num ato de protesto, na praça Theo Silva, como mostrou a Marco Zero. O pai de santo Manuel reabriu a casa em outro lugar. O caso até agora não teve desfecho. “Vai completar um ano e a polícia nunca deu resposta para o crime que destruiu a nossa casa”, desabafa.

Agora a Organização de Juremeiros de Pernambuco quer pleitear um espaço permanente para uma mesa de jurema no Palácio da Cultura e que o Cabo institua Dia do Candomblé. “Ano passado, no dia 21 de março, foi instituído no Brasil o Dia Nacional das Tradições Africanas do Candomblé e nós queremos que esse dia também entre no calendário da nossa cidade, pois os evangélicos e católicos também têm seus dias nas agendas do município”, argumenta o juremeiro Josemar Oliveira.

EXPOSIÇÃO – Está em cartaz no Palácio da Cultura uma exposição com elementos da jurema sagrada, tradição religiosa nordestina iniciada com os indígenas da região norte e nordeste do Brasil tendo sofrido influências de variadas origens, da feitiçaria, pajelança, entre outras manifestações culturais. A exposição começou no dia 18 de março e segue até o dia 22 de março, aberta ao público das 9h às 17h.

AUTOR
Foto Raíssa Ebrahim
Raíssa Ebrahim

Vencedora do Prêmio Cristina Tavares com a cobertura do vazamento do petróleo, é jornalista profissional há 12 anos, com foco nos temas de economia, direitos humanos e questões socioambientais. Formada pela UFPE, foi trainee no Estadão, repórter no Jornal do Commercio e editora do PorAqui (startup de jornalismo hiperlocal do Porto Digital). Também foi fellowship da Thomson Reuters Foundation e bolsista do Instituto ClimaInfo. Já colaborou com Agência Pública, Le Monde Diplomatique Brasil, Gênero e Número e Trovão Mídia (podcast). Vamos conversar? raissa.ebrahim@gmail.com