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Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, volta ao palco do Teatro do Parque

Marco Zero Conteúdo / 01/11/2023
Foto em cor sépia de Lirinha: homem branco, de cabelos curtos, olhando diretamente para a câmera, vestido até o pescoço com uma espécie de capa de chuva de tecido sintético em tom escuro.

Crédito: Thais Taverna/Divulgação

por Jorge Cavalcanti*

Um trabalho na zona de fronteira da música com a poesia e a performance. É assim que José Paes de Lira, o Lirinha, define seu novo trabalho, MEIKÊ RÁS FÂN. Com oito faixas inéditas produzidas pelo artista, o álbum é o terceiro solo na carreira desse sertanejo, natural do município de Arcoverde, projetado para o Brasil e o mundo no começo dos anos 1990, com o Cordel do Fogo Encantado. E que hoje, aos 46 anos, vivencia sua fase mais inventiva.

“Sempre observei os mais velhos, sempre tive atenção para os mestres e mestras. Nesse ambiente da poesia, vão melhorando com o tempo, apurando os sons na construção da mensagem. Hoje tenho mais possibilidades de experimentar, com mais plenitude, ferramentas e recursos”, define ele, em conversa com a reportagem da Marco Zero Conteúdo. 

É Lirinha quem assina a direção artística e musical do espetáculo, com duração de 80 minutos e arranjos eletrônicos e paisagens sonoras dos instrumentistas Dan Maia e Dizin. Sob iluminação e aparelhagem de construção cênica, o show é composto pelas músicas inéditas e também poesias e canções que marcaram a trajetória solo do artista.

Estão no repertório faixas como “Ah se não fosse o amor”, “Sidarta”, “Ela vai dançar”, do primeiro álbum Lira; “Ser” e “Filtre-me”, do seu segundo disco O Labirinto e o Desmantelo, além de “Jabitacá”, composição gravada pela eterna Gal Costa. Será executada também “O Amor é um Tubarão”, cantada no filme Piedade, de Cláudio Assis, pela personagem de Fernanda Montenegro.

Este terceiro trabalho solo foi concebido por Lirinha entre 2020 e 2022. Nele, tudo tem como base um universo fictício. A própria expressão que dá nome ao álbum é uma invenção fonética e sonora do artista. Nem o Google é capaz de oferecer resposta à consulta por MEIKÊ RÁS FÂN. “Este trabalho é um sonho que realizei, a união da música e poesia, algo que tenho até dificuldade de nomear o gênero”, diz ele. 

O álbum conta com a participação das vozes de Gabi da Pele Preta, em “Estrela Negríssima”; Nash Laila, em “Bebe; Lana Balisa, em “Mesmo”; o coral de Dan Maia, em “Oyê”; Iara Rennó, em “Amor Vinil”; e Sofia Freire, em “No Fim do Mundo”.

Teatro do Parque, um lugar de memórias

José Paes de Lira pisou pela primeira vez no palco do Teatro do Parque há mais de três décadas. Aos 12 anos, participou de um festival de cantadores. Os tempos eram outros. Miguel Arraes era o governador de Pernambuco pela segunda vez, após a volta do exílio e o fim do regime militar. E Lirinha era uma criança com a cabeça no mundo das palavras. 

“Antes da música, comecei com poesia. Me considero um declamador, cresci participando dos festivais de repentistas e violeiros. Foi nesse contexto a minha primeira apresentação no Teatro do Parque. Essa casa também foi o palco para o lançamento do primeiro disco do Cordel do Fogo Encantado. Naná Vasconcelos estava na plateia. É especial poder voltar a esse teatro.” 

Serviço:

Quando: sábado, 4 de novembro
Horário: a partir das 20h
Onde: Teatro do Parque, rua do Hospício, 81, Boa Vista, Recife
Classificação: Livre
Como comprar ingressos? https://www.sympla.com.br/evento/lirinha-meike-ras-fan-o-show/2207741

AUTOR
Foto Marco Zero Conteúdo
Marco Zero Conteúdo

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