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Além da capital pernambucana, o projeto Truco vai acompanhar as eleições de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Belém
No dia em que passa a ser liberada a campanha eleitoral para prefeitos e vereadores, a Marco Zero Conteúdo, em parceria com a Agência Pública, anuncia o Truco Eleições 2016. O projeto de fact-checking tem como objetivo exigir dos políticos informações mais embasadas e estimular o público a discutir e questionar os dados divulgados pelas campanhas. Assim como no jogo de cartas que dá nome ao projeto, o Truco desafia os candidatos a mostrar suas cartas. Serão checadas informações ditas pelos candidatos a prefeito e suas campanhas, seja durante a propaganda eleitoral ou em entrevistas. A equipe do projeto vai classificar a informação de acordo com as cartas do Truco (veja abaixo) e os resultados serão publicados no site no marcozero.org e no apublica.org/truco2016.
As equipes do Truco vão identificar as informações a serem checadas, entrar em contato com as assessorias dos candidatos para verificar qual é a fonte da informação usada e confrontá-la com bancos de dados e fontes alternativas. Os candidatos têm até o final do dia para dizer qual é a fonte do dado que será checado. Em alguns casos, as campanhas receberão o Truco, que é um desafio público para esclarecer determinada informação. O prazo para responder é de 24h.
No Recife, o projeto será coordenado pelos jornalistas Laércio Portela e Sérgio Miguel Buarque. A equipe ainda terá a participação de Carol Seixas e Thayná Campos, alunas da Universidade Federal de Pernambuco e integrantes do programa de Extensão Jornalismo e Cidadania, uma parceria entre a Marco Zero e o Departamento de Comunicação Social da UFPE, sob a supervisão da professora Paula Reis.
Além do Recife, o Truco também estará verificando os discursos dos candidatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Belém. Em São Paulo, as checagens serão feitas pela redação da Agência Pública, coordenada por Maurício Moraes, editor do Truco no Congresso. A Casa Pública, centro cultural de jornalismo mantido pela Pública no Rio de Janeiro, vai sediar o trabalho da equipe da Pública na cidade, coordenada por Natalia Viana, co-diretora da Agência. Em Belo Horizonte, o Truco conta com uma equipe de repórteres comandada por Bruno Fonseca, repórter multimídia e infografista da Pública.
Quem vai checar os candidatos em Belém é o Outros 400, portal de notícias que busca produzir novos formatos de comunicação, como o Infografite, projeto que imprime nas ruas em forma de arte informações quantitativas e qualitativas sobre os problemas da cidade. A coordenação geral do projeto fica a cargo de Marina Amaral, co-diretora da Agência Pública.
Assim como na edição feita nas eleições de 2014 e no projeto permanente que checa o Congresso, o Truco Eleições 2016 tem sua identidade visual composta por desenhos de cartas de baralho. A novidade desta vez é que a Pública chamou artistas regionais para fazer as artes de cada cidade, reforçando a identidade local.
O projeto vai contar com uma conta própria no Twitter, @truco, que será alimentada constantemente com as checagens das cinco cidades. No Facebook, a divulgação será feita pela página da Agência Pública. Os veículos interessados em reproduzir o conteúdo do Truco devem se cadastrar através deste formulário online.
Cartas
Truco! – Informações insustentáveis e promessas grandiosas, sem explicação de como serão implementadas. O Truco! é um desafio público para que o candidato responsável pela frase dê mais explicações ao eleitor. As respostas obtidas serão divulgadas assim que a campanha responder.
Blefe – A informação é falsa. São usados dados de outras fontes – de preferência independentes – e auxílio de especialistas para confrontar a versão apresentada.
Não é bem assim – Informações exageradas, distorcidas ou discutíveis.
Tá certo, mas pera aí – Informações corretas mas que merecem ser contextualizadas. Existem mais dados que o eleitor precisa saber do que os que foram apresentados durante o programa eleitoral.
Zap! – Informações corretas e também relevantes ditas pelos candidatos. Para isso, são apresentados números que confirmam e expandem o que foi falado.
Candidato em Crise – A frase contradiz declarações ou ações anteriores do próprio parlamentar. Investigamos e trazemos todas as evidências para comprovar.
Sérgio Miguel Buarque é Coordenador Executivo da Marco Zero Conteúdo. Formado em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, trabalhou no Diario de Pernambuco entre 1998 e 2014. Começou a carreira como repórter da editoria de Esportes onde, em 2002, passou a ser editor-assistente. Ocupou ainda os cargos de editor-executivo (2007 a 2014) e de editor de Política (2004 a 2007). Em 2011, concluiu o curso Master em Jornalismo Digital pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais.