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Por que ir ver um filósofo falar no domingo: Boulos no Recife

Luiz Carlos Pinto / 20/06/2015

Boulos

Um dos novos líderes da esquerda brasileira estará no Recife neste Domingo para uma aula pública no Cais José Estelita. O filósofo Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de São Paulo, participará do evento Resistência Urbana e Memória na Construção de Cidades Democráticas e Populares. A aula acontecerá às 16 horas.

Integrante da Frente de Resistência Urbana, Boulos discutirá em sua fala aspectos do desafio que tem sido a construção de cidades democráticas. Depois da aula pública acontecerá uma sessão de autógrafos do livro “De que lado você está”, de sua autoria, lançado recentemente pela Boitempo Editorial.

Por que ir ver Boulos falar? Primeiro, porque é um jovem (31 anos) herdeiro de uma tradição de pensar e fazer política de matriz emancipatória. Ou seja, Boulos é uma estrela (com as ressalvas que essa palavra requer, Boulos não é petista) ascendente da política nacional. Num cenário de esvaziamento dos sujeitos com essa perspectiva, vale à pena se inteirar de suas ideias também sobre o cenário (necessário) de reconstrução das esquerdas.

Uma outra razão é o conteúdo mesmo de sua aula pública. A cidade do Recife tem produzido importantes reflexões sobre as políticas para a cidade, mobilizadas por uma articulação perniciosa que se estabeleceu entre a elite política local e o setor da construção civil. A aula de Boulos, certamente muito baseada em sua própria experiência à frente do MTST, é um encontro com esse contexto.

Por fim outro motivo para assistir à exposição de Boulos no Recife é o fato de que ela é resultado de um esforço coletivo da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – Fase; do Centro Popular de Direitos Humanos – CPDH, junto à Rede Coque Vive; do Movimento Ocupe Estelita e do grupo Direitos Urbanos. Ou seja, é um esforço da sociedade civil organizada em produzir conhecimento e socializar experiências a respeito da temática urbana, e isso interessa a todos porque sofremos, todos, os efeitos negativos da especulação imobilária e de outros problemas das grandes urbes.

Filme

O evento Resistência Urbana e Memória na Construção de Cidades Democráticas e Populares ainda contará com o lançamento e exibição de um filme realizado por jovens da comunidade do Coque dentro do Projeto Narramundo. O filme apresenta a memória como elemento fundamental das lutas sociais e rememora as desapropriações da Copa do Mundo de 2014 a partir das experiências dos moradores para as obras de extensão do Terminal Integrado Joana Bezerra.

Serviço
Resistência Urbana e Memória na Construção de Cidades Democráticas e Populares
Quando: 21 de junho de 2015
Onde: Em frente ao Cais José Estelita, embaixo do Viaduto Capitão Temudo
Horário: A partir das 16h

AUTOR
Foto Luiz Carlos Pinto
Luiz Carlos Pinto

Luiz Carlos Pinto é jornalista formado em 1999, é também doutor em Sociologia pela UFPE e professor da Universidade Católica de Pernambuco. Pesquisa formas abertas de aprendizado com tecnologias e se interessa por sociologia da técnica. Como tal, procura transpor para o jornalismo tais interesses, em especial para tratar de questões relacionadas a disputas urbanas, desigualdade e exclusão social.