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Artistas se engajam na política porque “sentem antes o cheiro de figuras perigosas”, afirma a cantora Isaar

Marco Zero Conteúdo / 08/09/2022

Antes mesmo da eleição de Bolsonaro, ainda no período do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, artistas de todo o Brasil colocaram suas vozes e sua arte no centro do debate político. Fizeram – e ainda fazem – de forma enfática. Com a proximidade da eleição, a tomada de posição ficou ainda mais clara. O exemplo mais notório talvez seja o de Anitta, posicionando-se a favor da eleição do ex-presidente Lula. Ela veio a juntar-se a diversos outros nomes que, mesmo sem a fama global, desde o início de suas carreiras se expressam e se engajam por mudanças sociais e políticas.

É o caso da compositora, percussionista, atriz e cantora pernambucana Isaar. Durante sua participação no quinto episódio da temporada Eleições 2022 do podcast Arrumadinho, ela arriscou uma explicação para o fato da rápida e intensa reação dos artistas de vários campos da arte às ameaças contra democracia: “os artistas sentem o cheiro de longe daqueles que nunca foram. Os artistas têm antenas ligadas para a volta de figuras perigosas”.

O quinto episódio do Arrumadinho, cujo tema foi a discussão sobre a arte engajada na política e as interferências da política na arte, também contou com a participação da performer, poetisa, arte-educadora e integrante do Coletivo de Dança-Teatro Agridoce, Sophia William. A artista compartilhou uma percepção sóbria da situação atual do país. “Precisamos compreender que Lula não é um salvador da pátria. As pessoas estão esperando o salvador, e esse superhomem não existe. Lula vai ter que lidar com os quatro anos do governo Bolsonaro, e as pessoas esperam que ele mude tudo rapidamente quando entrar. Ele vai ter quatro anos pra refazer tudo que foi destruído, e para iniciar novas políticas pública”, ponderou.

Alvo de tentativa de censura durante o Festival de Inverno de Garanhuns em 2002, Sophia viu, ao longo dos últimos anos, outros artistas sentirem a situação mudar durante os últimos quatro anos. “As pessoas começaram a sentir no governo Bolsonaro como era a opressão vivida pelos corpos negros e trans. O que as pessoas estão sentindo agora eu já sinto há muito tempo, essa exclusão, essa invisibilidade”. Otimista, Isaar consegue perceber que ainda há esperança para o futuro: “Só quem se dava bem na arte era quem tinha dinheiro. Arte é coisa pra rico, não é coisa pra pobre. Mas as coisas estão mudando agora, os mais novos vêem as coisas de outro jeito”, concluiu.


O podcast Arrumadinho pode ser ouvido nas plataformas Spotify, Google Cast e Apple Podcasts. E agora disponível também em formato de videocast, no
canal do Youtube da Marco Zero Conteúdo.

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