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Coletivo Pão e Tinta celebra dez anos levando arte periférica para galeria do Sesc Santo Amaro

Raíssa Ebrahim / 24/05/2022

Crédito: Coletivo Pão e Tinta

Quantas lutas cabem em uma década? Quantas missões cabem em uma dádiva? Quantas voltas nós damos em uma década fechada? Com quantas palafitas se faz morada? É com essas provocações que o Pão e Tinta (@coletivopaoetinta), coletivo de artistas e ativistas residentes na Comunidade do Bode, zona sul do Recife, completa dez anos. Desde 2012 que diversos artistas visuais promovem política e resistência nos muros. Sob o lema “pão para viver e tinta para pintar pelo que viver”, o grupo constrói uma política feita na base e que discute direito à cidade, moradia, juventude, racismo e violência.

Para coroar os 10 anos de vida, o coletivo inaugura, nesta quarta-feira, 25 de maio, a exposição coletiva “Pão e Tinta: Uma Década”, no Sesc Santo Amaro (Praça do Campo Santo, 1101), área central da cidade, às 19h. Com curadoria de Pedro Stilo, serão expostas obras de artistas do coletivo e da cena do graffiti recifense, com destaque para uma enorme palafita no centro da galeria, feita com pedaços das palafitas do Pina que queimaram recentemente.

“A arte também é uma forma de denúncia e nós sempre fizemos o debate da moradia digna e do direito à cidade”, ressalta Stilo, que, além de curador, é comunicador periférico e acelerador social. Ele também lembra as muitas transformações sociais e artísticas feitas no Pina através do Pão e Tinta e que muita coisa ainda precisa ser feita e passada à frente. Anualmente o coletivo promove um festival que toma os becos do Bode com arte, debates, shows, apresentação, batalha de MCs e serviços à comunidade.

O último festival presencial foi em 2019. Veja aqui a cobertura da Marco Zero:

“Foi uma década de amadurecimento, de ouvir, aprender, ensinar e se consolidar como um grande coletivo respeitado pelas construções em rede”, comemora Stilo, reforçando que o desafio constante é o “de se manter ativo, viver da parada sem ser envolvido e estar nos espaços políticos mais com os pés no movimentos sociais”.

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AUTOR
Foto Raíssa Ebrahim
Raíssa Ebrahim

Vencedora do Prêmio Cristina Tavares com a cobertura do vazamento do petróleo, é jornalista profissional há 12 anos, com foco nos temas de economia, direitos humanos e questões socioambientais. Formada pela UFPE, foi trainee no Estadão, repórter no Jornal do Commercio e editora do PorAqui (startup de jornalismo hiperlocal do Porto Digital). Também foi fellowship da Thomson Reuters Foundation e bolsista do Instituto ClimaInfo. Já colaborou com Agência Pública, Le Monde Diplomatique Brasil, Gênero e Número e Trovão Mídia (podcast). Vamos conversar? raissa.ebrahim@gmail.com